Badalada parceria da Madonna com o Maluma, "Medellín" foi divulgada na semana passada e dividiu opiniões: a nova canção da rainha-mãe do pop ― para a surpresa de ninguém ― caiu imediatamente nas graças dos fãs mais fervorosos e serviu de pretexto para os detratores voltarem a criticá-la. Paixões e ódios à parte, o X da questão é que essa colaboração deu errado. Para começar, a artista principal parece uma convidada na própria música e isso é inaceitável quando a gente fala de uma mulher que tem tantas décadas de carreira. Mas o grande defeito do dueto reside em sua base fundamental: a letra é uma bobagem e o arranjo, uma bagunça. O que poderia ser a versão atualizada de "La Isla Bonita" soa como uma colagem incoerente de três faixas. Mas de quem é a culpa por retumbante equívoco? Da grã-mestra da reinvenção, claro! Jurou que era capaz de mexer com as estruturas do reguetón e convenceu somente aqueles que desconhecem tal ritmo e o povo que aplaude tudo o que ela faz.
O vídeo
Cercado de muita expectativa, o curta de Diana Kunst e Mau Morgó estreou com pompa e circunstância há dois dias na MTV. No promo, o atual alter ego da popstar ― a polivalente Madame X ― revela algumas de suas faces: a agente secreta foge de seus captores, se refugia em um estúdio de dança, seduz um aluno e celebra sua união com o amado. Esteticamente irrepreensível, o clipe funcionaria melhor se fosse um filmete mudo. O excesso de sussuros remete aos vídeos de ASMR e a faixa que embala a história não funciona pelos motivos descritos acima. O combo cabelo preto + pele esticada e os tapa-olhos à Catalina Creel são caricatos demais e dão munição para os haters. Já as diversas autorreferências têm seus prós e contras: tornam o vídeo mais interessante de se ver e nos lembram que a dita-cuja produziu coisas melhores num passado nem tão distante. Eu gostei, pero não amei!
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